Fagia imerge no cancioneiro popular

Artigo: Demontiez Marques

A Fagia, originária de Samambaia/DF, herdou o DNA das melhores bandas performáticas da música popular regional, na linha musical desenvolvida pelo Quinteto Armorial, cujo mentor é o grande escritor Ariano Suassuna. Antônio Nóbrega, que fez parte do quinteto, hoje mostra sua arte pelo mundo.

A Banda Fagia se inspira também no Quinteto Violado, que participou de grandes movimentos musicais brasileiros, e, mais recentemente, no grupo Cordel do Fogo Encantado. Ouvi-los é também relembrar a turma dos novos Baianos de Pepeu Gomes e Paulinho Boca de Cantor, Caetano, Gilberto Gil, Jorge Mautner e vários outros que fizeram o movimento tropicalista. Bandas dos anos 70 como Secos & Molhados e Mutantes, além de perceber forte influência do movimento roqueiro do DF.  Paulinho Russo, Ricardo Zen, Thiago Araújo e André Fonseca, integrantes da Fagia, tem como proposta cantar as coisas do nordeste.

Fazem um som com levadas de forró, coco, reisado e cordel. Imergem em ritmos como o ragae, rock e xote. Tal qual os menestréis da idade média, trazem um leque de informações em sons e letras bem rebuscadas, que podem ser absorvidos pelos milhões de apreciadores desses ritmos, espalhados por todo o país.

O repertório da Banda Fagia tem fisionomia própria resultante de pesquisa dos romances e desafios retratados na literatura de cordel. Focada no romanceiro popular, a banda lança mão do teatro, das artes visuais e da música propriamente dita, como linguagens para o seu brilhante trabalho autoral.

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