Quem é José Muniz, o Mestre do Saber

Quem é José Muniz, o Mestre do Saber
Nascido 3 de março de 1946, em Cabeceira do Bacaba, município de Timon, Maranhão. Sua bisavó, por parte de pai, foi descendente de alemão, casou-se um senhor descendente de ciganos espanhóis, daí o seu sobrenome Muniz. Já sua bisavó, por parte de mãe, era indígena africana, oriundos de Moçambique (1901), foram quilombolas. Seus pais eram agricultores e tinham conhecimento dessa cultura dos seus ancestrais. Estas foram as principais influências culturais do Sr. José Muniz.
Começou a estudar em Cabeceira do Bacaba e foi até o 4º ano. Em 1962, foi para Terezina, estudar o 5º. ano (ginásio), que hoje equivale ao Ensino Médio. Este grau de ensino era muito valorizado na época. Com menos de 20 anos, trabalhava informalmente em hotéis, bares e restaurantes e a noite ia para a escola.
Foi um dos primeiros alunos do Colégio Agrícola de Terezina (em 1964), que hoje é a Universidade do Piauí, onde estudou por um ano e se formou, o que equivale hoje ao ensino fundamental (2º. Grau).
Saindo de lá foi trabalhar em uma fábrica de sapatos e nos seus tempos livres, gostava de cantar ao vivo na rádio difusora local e brincar o carnaval da cidade. Em 1969 foi passear em Picos, PI e lá conheceu Francisca Providência Sousa, que até hoje é sua esposa. Namoraram por carta, por 3 anos, nestas cartas ambos escreviam poemas, inspirados nas canções da época, dentre eles Roberto Carlos.
Casou-se no dia 19 de julho de 1969, em Picos, Piauí, e lá morou por 18 anos, onde teve seus 4 filhos. Trabalhou como agricultor e professor em um povoado chamado Abóboras, município de Picos. Lá construíram o grupo escolar, andava 18 km todos os dias para dar aula neste povoado, como professor de alfabetização em 1972, juntamente com sua esposa também formada. Em 1981, sofreu um acidente de trabalho, obrigando-o a se aposentar na época.
Organizou grupos comunitários que contavam com apoio da Emater, Embrapa, Projeto Rondon e etc., para seus trabalhos de agricultura. Foi também representante de saúde neste povoado. Organizava festas locais, teatro nas escolas e apresentações culturais no povoado. A família de sua esposa tinha muitos sanfoneiros e artesãos, com estes recursos transmitiam a cultura folclórica para as crianças.
Praticavam a cultura do Landle, oriunda de índios, escravos e ciganos, que envolve teatro com coreografias de dança. Tranzilim, Cirião, Ciranda de Roda, a dança baião africano e etc., são elementos que faziam parte desta cultura.
Aprendeu esta cultura vendo desde criança, seus pais e avós praticando, o que já era um costume cultural da região.
Em 1972, veio para Brasília. Chegaram em Ceilândia no dia 20 de agosto de 1972 (QNM 23), a convite de parentes da sua esposa. Foi trabalhar como operário civil.
Em 1977, voltou para o Piauí, retornando para Brasília somente em 1989, para morar em Samambaia, onde está morando no mesmo endereço desde então. Começou organizar grupos comunitários com as freiras da igreja próxima à sua casa, onde transmitia sua cultura do Maranhão. Alí foi nomeado conselheiro de cultura da comunidade.
Entre 2014 e 2018, fez um curso de Gerontologia na Unb. Participou do I Simpósio Internacional de Envelhecimento na Unb, onde apresentou músicas e teatro.
Em 15 de julho de 1996, fundaram a Associação dos Idosos de Samambaia Nova Esperança (ASSISNE), onde organizava reuniões comunitárias, duas vezes por semana, para discutir problemas locais e buscar melhorias para a comunidade. O terreno e o salão da sede da Associação foram doados pelo Roriz (Governador da época) e sua esposa.
Na época, nesta associação recebiam cestas básicas, leite e pão, frutas e verduras, para distribuírem para a comunidade carente e creches locais.
No espaço da Associação, ocorriam desde então, palestras de formação, sessões de ginástica, passeios com os idosos, festas, bailes, almoços comunitários e saraus, tudo feito com trabalho voluntário. O forró dos idosos ocorre todo sábado, desde 2003, onde cobram a entrada para pagar os músicos. O espaço é limitado a 50 pessoas e tem toda uma organização para evitar qualquer tipo de confusão.
É presidente da Associação desde sua fundação. Já chegou a ter 15 membros na diretoria, hoje tem somente ele.
Pretende-se transformar este espaço em um Ponto de Cultura, para poderem realizar atividades culturais, não limitadas ao atual Regimento Interno. As atividades da associação são monitoradas pela Administração de Samambaia, por ser um espaço não totalmente pertencente à comunidade.

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